MEU NOME É BETINHO Ora, numa cidadezinha do interior vivia um lindo menino. Ele era inteligente e muito esperto. Mas não gostada do seu nome. Dizia que era nome de gente grande. E quando chegava alguém perto e dizia: - Que lindo menino, qual o nome dele ? Antes que a mãe abrisse a boca ele já respondia: - Meu nome é Betinho Então a mãe corrigia e dizia: - O nome dele é Dagberto Oliveira Lima. Ah ! isso era motivo de choro. E a mãe tentava acalantar o menino explicando que ele devia se orgulhar daquele nome, pois era uma homenagem ao seu bisavô. Agora me digam, como convencer um menininho de 5 anos que seu nome é importante ? Ele não gostava e pronto. E o tempo passou. Era o adolescente Betinho, o jovem Betinho. E mais tempo se passou e Betinho formou-se e como Médico Pediatra atendia no Hospital do SUS, de sua cidade. Mas como as pessoas poderiam tratar o médico de " Doutor Betinho " ? Não dava e ele sabia disso. E começaram a tratá-lo de Dr. Dagberto. No íntimo isso o incomodava, mas resignou-se. Um dia, um lindo menino, dos seus 5 anos chegou ao seu consutório acompanhado da mãe. Estava muito doente. O Doutor Dagberto perguntou: - Então mãezinha, qual o nome do meu paciente ? E antes que a mãe respondesse, ele mais que depressa respondeu: - Meu nome é Betinho. O Doutor Dagberto lançou um olhar de interrogação para a mãe e esta lhe disse: - Dr. Dagberto, o nome dele é Felisberto da Silva Ferreira. E naquele instante os olhinhos de Betinho encheram-se de lágrimas. O Dr. Dagberto, cúmplice do seu sofrimento disse-lhe: - Venha Betinho, eu vou lhe examinar. E assim sucedeu. Depois dos exames de praxe, da receita passada, o médico olhou para o menino e disse: - Obedeça sua mãe e tome o remédio direitinho, assim você vai ficar logo bom, certo Betinho ? O menino, que ouvira sua mãe pronunciar o nome do médico, com os olhos brilhantes de felicidade respondeu-lhe: - Pode deixar, Doutor Betinho. E saiu do consultório feliz da vida, de mãos dadas com sua mãe. E ao fechar a porta do consultório, o Doutor Dagberto sentou-se na sua poltrona, fechou os olhos e relembrou seu tempo de meninice, seu tempo de Betinho. E foi assim. Fernanda Xerez
Enviado por Fernanda Xerez em 21/05/2011
Alterado em 21/05/2011 Copyright © 2011. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |