MENSAGENS SONORAS Ora, Fernandinho nasceu num tempo em que caldo de galinha e umas boas palmadas não faziam mal a ninguém. Isso foi em 1986. Quando ele tinha pouco mais de 2 anos, numa tarde como tantas outras, foi com sua mãe visitar os avós. Chegando lá Antonia se entreteu na cozinha com sua mãe - Dona Helena - e o menino ficou brincando pela casa, sempre às vistas das duas. De repente, Fernandinho passa pela cozinha feito uma bala, vindo do quarto do avô - Seu José. - Mas o que é isso, mamãe? esse menino parece que viu foi assombração. Antonia rumou para o quarto do pai e disse: - Papai, o que houve? O Fernando passou atrás de mim, lá na cozinha, tão assustado, até parece que viu assombração. - Ele se achegou à porta do meu quarto e ficou parado. Eu abri os braços e lhe chamei, mostrando um bombom e dizendo que o vovô queria dar um abraço e um beijo, mas ele me mandou pra P.Q.P. E Seu José começou a rir. - O quêêêêêêêêêêêêêêêêê papai? Aquele moleque vem com má-criação e o senhor ainda rir!! - Não estou rindo da má-criação, mas sim do susto que ele levou, por isso saiu daqui com mais de mil. - Explique papai, pelo amor de Deus, explique. - Eu arregalei os olhos, levantei meu chinelo número 42 e abanei na carinha dele. Ele tomou um susto tão grande, também arregalou os olhinhos pra mim e saiu correndo daqui. - Mas eu vou dá umas palmadas naquele menino sem comportamento. - Carece não minha caçula, o susto que o cabra tomou dispensa mensagens sonoras . - Tá bom papai, mas vou colocá-lo de castigo. - Ah!! isso é contigo, não posso me meter. Faz como quiseres. Parti pras bandas do quintal e encontrei o safadinho escondido num canto da varanda, com o rosto atolado entre os joelhos. Me agachei e disse: - Mas o vovô queria lhe dá um bombom, pedir um beijo e um abraço e você disse nome feio com ele. Está de castigo, Fernando. Só sai dai quando eu mandar, está ouvindo? Calado estava, calado ficou. Voltei pra cozinha e encontrei papai contando o episódio pra mamãe. Estavam rindo. - Então é assim, os avós ficam rindo, heim? - É coisa de criança, caçula, nem sabe o que disse. Ele já aprendeu a lição. Duvido que esqueça tão cedo a visão do meu chinelo abanando nas ventas. Rimos os três, mas escondido do garoto, senão, cadê a moral? E foi assim. ** NOTA: papai era muito espirituoso e chamava chineladas/palmadas de mensagens sonoras. CASO VERÍDICO: * Fernando: meu filho * Dona Helena: minha mãe * Seu José: meu pai * Antonia: eu (sou Fernanda Antonia) Fernanda Xerez
Enviado por Fernanda Xerez em 22/05/2011
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